sábado, 7 de março de 2015

CANTORA LEXA BRILHA EM SHOW DE ESTRELA

Na noite de ontem (quarta-feira, 4), a nova aposta de Kamilla Fialho, Lexa, subiu ao palco para mostrar o trabalho que vinha ensaiando há meses. O clima na Fundição Progresso, local escolhido para a comemoração de 12 anos da empresa K2L, e primeira apresentação da cantora, era de pura apreensão. Muitos se questionavam sobre o potencial da jovem de apenas 19 anos, Lexa, cujo nome de batismo é Léa Araújo.

Contrariando a expectativa de todos, Lexa começou a apresentação com a música Só Zueira, originalmente gravada por Mc Leozinho, em vez de começar pelo single que vem divulgando (uma grata surpresa, aliás!). A partir daí o que aconteceu foi mágico. Cantando os maiores clássicos do funk, Lexa foi de Mc Sapão à Valesca, de Se Ela Dança, Eu Danço a Fica Só Olhando. E ela não se limita ao funk de maneira alguma. A moça transita, sem causar estranheza, entre todos os ritmos. Do pop ao rock, do rock à MPB. Muitos vão dizer: – “ah, a maioria das cantoras de pop-funk da atualidade fazem isso”. A carta na manga está justamente aí: nenhuma delas o faz com a mesma potencia vocal que Lexa. A garota ainda consegue permear entre a sensualidade e seu lado jovial sem parecer forçada ou/e vulgar em momento algum. Seria exatamente o tipo de menina que Nabokov escolheria para dar vida à sua Lolita.

Lexa não parece ter sido uma menina que parou ali por acidente ou que correu muito atrás de um sonho sem ter talento o suficiente para mantê-lo. Ela canta. Alcançando notas altíssimas e piano a baixo brincando nas notas mais graves, ela não parecia se esforçar nem um pouco para soltar a voz. Tudo isso dançando… e muito! Antes de começar a cantar o single Posso Ser, a menina revela – “foram horas em estúdio gravando!”. O que escutando ao vivo, entende-se o motivo. Ela tem a voz tão potente que era necessário mesmo que houvesse um cuidado para que a faixa não ficasse gritada e transmitisse a doçura que ela irradia no palco – ao mesmo tempo em que é sexy. Em um país onde empresários investem tanto dinheiro em artistas sem o menor talento e conseguem fazê-los dar certo, para o jornalista que vos fala, foi um deleite e um alívio ver que Kamilla Fialho não escolheu qualquer uma e nos empurrará a artista goela a baixo. Ela escolheu uma jovem talentosa e está trabalhando a menina para que ela se torne no que muitos reclamam sentir falta neste país: uma popstar incontestável.

O espetáculo flerta muito com as artes cênicas. Em certos momentos ele nos remete às adaptações de Las Vegas aos musicais da Broadway – o que faz com que o corpo de ballet se converta em um elemento cênico indispensável. Os bailarinos não são meros preenchedores de espaço, eles são parte do cenário, do show, da artista; assim como os leds e a iluminação com ares de shows internacionais. Em seu momento mais romântico, Lexa nos brinda com uma apresentação de voz e teclado – instrumento este tocado por ela mesma. A banda também não serve apenas de pano de fundo. Baixo e guitarra se transformam em corpo de ballet – e o guitarrista ganha um momento solo fazendo rap.

Se estava tudo perfeito? Ainda não. Lexa estava nervosa e por diversas vezes o demonstrou ao falar com o público. Mas vamos dar um desconto? Não era um público qualquer. Tratava-se da nata da indústria musical, de grandes produtores e jornalistas especializados em música. Se Lexa vem para bater de frente com uma cantora em específico? Ao contrário: o show deixa claro que ela vem para bater de frente com toda essa nova geração da música pop.

Em Disponível, uma das quatro faixas de seu EP “Posso ser”, uma estrondosa voz autotunada nos pede: “Deixa ela passar”. Fique à vontade, Léa Araújo, Lexa. Fique à vontade: as portas já estão abertas. Passe sem medo. O EP da estrela, vale lembrar, já está disponível para compra no iTunes.
Por: Pablo Rodriguez.
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