sexta-feira, 5 de abril de 2013

EMPRESÁRIOS ABADONARAM CRISTIANO, DIZ ADVOGADO

O advogado do cantor Cristiano Araújo, Josay Correa Jr., disse que vai recorrer da decisão que determinou ao sertanejo o pagamento de R$ 600 mil a seus ex-empresários. "Eles o abandonaram e depois que ele fez sucesso quiseram retomar o contrato", disse o defensor em entrevista ao G1.

A defesa dos empresários Roosevelt Anderson Gonçalves, Márcio de Paula Morais e Euler Rodrigues de Paula Martins, no entanto, nega que tenha havido abandono e afirma que também recorrerá da sentença. "Queremos fazer valer o contrato, que estipula uma multa de R$ 7 milhões", disse ao G1 o advogado Renan Soares de Araújo. As partes têm até o próximo dia 18 para entrarem com recurso.
 
Cristiano Araújo pediu na Justiça a rescisão do contrato de exclusividade pela dupla Cristiano e Gabriel, que ele deixou para fazer carreira solo. O juiz Paulo César Alves das Neves, da 5ª Vara Cível de Goiânia, negou o pedido do artista na terça-feira (2), mas minimizou o valor da multa, que por contrato era de R$ 7 milhões.
 
Na sentença, o juiz fundamenta que Cristiano considerava satisfatório o serviço dos empresários, porque não enviou nenhuma notificação de insatisfação. Também argumenta que o cantor infringiu o contrato ao marcar ele próprio algumas apresentações.
 
Para o advogado do sertanejo, o magistrado foi rigoroso. "Com todo respeito ao juiz, eu entendo que ele cometeu alguns equívocos nessa decisão. A própria contratação de shows pelo Cristiano mostra que o serviço não era satisfatório. Ele não fez isso porque gostava. Ele gosta é de cantar, não de ficar em telefone marcando show", defende Correa Jr.
 
Segundo o advogado, os empresários fecharam um contrato com a dupla no começo de 2009. Eles investiram na carreira, gravaram o CD e DVD, mas na hora de divulgar o trabalho, entraram em dificuldade financeira e sumiram. O suposto abandono teria ocorrido no segundo semestre de 2009.
 
Em janeiro de 2010, a dupla se desfez. A ruptura aconteceu devido a um desentendimento entre os dois integrantes no meio de uma apresentação em uma festa de aniversário, no Setor Bueno.

Durante todo o ano de 2010, Cristiano, que vive de música, teria investido na carreira solo e, durante esse processo, não teria tido contato com os ex-empresários. "A gente não conseguiu nem citá-los no processo, porque eles não eram localizados no endereço", alega o advogado.
 
Correa Jr. conta que após o sertanejo gravar dois CDs por conta própria, os antigos empresários reapareceram. "Eles notificaram o Cristiano, em maio de 2011, falando que voltaram a vender shows e ele, por ter um contrato de exclusividade, deveria cumprir a agenda", argumenta.
 
Em entrevista ao G1, por telefone, o empresário Roosevelt Anderson Gonçalves, nega a versão apresentada pelo advogado de Cristiano. "Não houve nada disso. Abandono foi por parte dele, que terminou a dupla. Por isso não houve sequência no projeto", reclamou.
 
Segundo Anderson, como é conhecido no meio artístico, o CD de Cristiano e Gabriel foi lançado em dezembro de 2009 e a dupla se desfez em um mês depois. "Como disse o juiz, não houve tempo hábil. Está tudo provado nos autos. Ele agiu de má fé", rebateu.