É
fato que todo novato é visto com uma certa desconfiança (pelos mais diversos
motivos) em qualquer empresa, seja ela de que natureza for. E tornar-se-á pior
se essa empresa for uma banda de forró. E nesse caso das duas uma: ou você
mostra serviço logo de cara ou vai ser perseguido o resto da vida! Leilane e
Simone foram agraciadas com a primeira opção!
Esperava-se (com a saída de
Anajara) a entrada (ou o retorno) de uma cantora já conhecida, o que não
aconteceu. Na verdade, a ascensão das duas aumentou o leque de boas cantoras de
forró, frente a algumas perdas importantes que tivemos. No entanto, diferentes
das muitas versões de Solange Almeida que surgiram, elas trouxeram beleza, graça
e sensualidade em suas vozes e tiveram a sorte de entrar na CP justamente no
momento em que a banda olha para si mesma na hora de fazer forró, afastando
dessa forma a influência do vaneirão cearense que a
desvirtuou.
Não é tarefa fácil cantar o
que já foi cantado por outro e o resultado ser bom, é preciso que você seja de
muito bom pra lá. E as duas se encaixam perfeitamente nessa premissa. Baby Doll
que o diga... Elas conseguem aparecer sem ofuscar o brilho de Silvânia, e é
exatamente isso a que nos referimos quando dizemos que alguém chegou para somar
e somou!
Não há o que lapidar, estão -
há meu ver - prontas e por esta razão seria sábio da parte de Gilton investir
nessa nova versão da mais gostosa do Brasil. Não dá pra negar que a banda tem
tentado voltar a ser o que foi e a presença das duas me faz crer que isso é
possível. Reestrutura-se não somente a CP, mas o forró como um todo porque a
esperança de que - em termos de qualidade - tudo poder ser como antes acaba se
renovando.
Eu gostei do que ouvi, e meu
interesse pela banda voltou quando as ouvi . Perdoem-me se há algum exagero no
que digo, mas esse tipo de paixão não se explica, quero apenas ouvir mais e
mais daquilo que faz bem a meus ouvidos.